Esta semana que passou ou talvez na outra ,nem me lembro ao certo, descobri uma música do grupo IRA! A ntiga banda de rock paulista da qual conhecia não mais do que duas composições. A canção chama-se “Poço de sensibilidade ” .Linda na letra linda na melodia.

Verdadeiro antídoto espiritual para as produções de nossa música popular atual .

É provável que muita coisa boa seja produzida em nossos dias ,não é possível que a criatividade de nossos compositores seja menor hoje .

No período de tempo de quase 30 anos, dos 80 até nossos dias tivemos profundas modificações em especial no setor de comunicações ,porém nichos como rádio e televisão ainda continuam como latifúndios eletrônicos .

Dificultando com esta concentração qualquer manifestação de diversidade.

Umberto eco em seu excelente “Apocalípticos e Integrados” ,descortina muito bem os motivos desta massificação ,deste incentivo ao gosto único ,pois assim fica fácil produzir em grande quantidade sempre produtos semelhantes com custos de produção sempre decrescentes.

Nos dias atuais funciona da seguinte forma :-Todos devem gostar do estilo musical “Sertanejo Universitário” e por inferência comprar produtos correlatos ;botas ,cintos ,chapéus ;não importando se o indivíduo mora a quilômetros de um pasto .A análise pode ser estendida a vários setores .Como o estranho hábito de comprarmos carros de cor metálica ;as montadoras devem gostar até não poder ,imagine a economia de tinta .

Curiosamente se levássemos em conta nossa mitologia social deveríamos ser os maiores compradores de veículos vermelhos ,amarelos ,verdes etc..pois somos alegres e joviais não é mesmo?

Á publicidade interessa a massificação de gostos e condutas tendo a conivência explicita da concessionárias de rádio e televisão.

Para encerrar acabo de me lembrar de uma frase de Jung :

“Todos nascemos originais e morremos cópias”

Nada mais correto para demonstrar a lavagem cerebral que nos é impingida desde a mais tenra infância .Sorte nossa que a Internet surgiu e foi popularizada ,pelo menos aqui existe a diversidade.